Ciúme teria levado médico a matar filha e se suicidar


O ginecologista Afrânio Maia de Almeida, 33, pode ter agido por ciúmes ao matar a própria filha, Maria Clara Maia, 6, e se suicidar. De acordo com as informações da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), Afrânio Maia, que estava separado há um ano, chegou na residência da ex-mulher, Luciane Conceição Ferrasoni, 28, ontem, por volta das 20h, e constatou que o atual namorado dela estava na residência. Ele teria saído transtornado com a situação e ido à sua casa, onde pegou a arma utilizada no crime.

Segundo o depoimento de Wilker Patrik Fernandes de Melo, o atual namorado de Luciene, o casal estava no quarto dormindo, quando ouviram um barulho na sala. "Luciene foi até a porta e começou a discutir. Ela dizia: ‘"Vai embora, some da minha vida, me deixa em paz!", contou. "Com isso, sai na porta do quarto e constatei que era o Afrânio, ele me viu e atirou na porta do quarto de Luciane. Fechei para que ele não entrasse, porque ele veio em minha direção. A partir daí, só escutei vários disparos da arma. Comecei a gritar pedindo socorro, para que os vizinhos ouvissem", relatou Wilker Fernandes, em depoimento à polícia.

Pelos relatos, Afrânio Maia entrou no quarto da filha, que estava dormindo, e atirou na cabeça da criança. Ela não resistiu e morreu na hora. Luciene foi para cima da filha, tentando protegê-la e foi atingida com dois tiros na perna. Afrânio atirou em sua própria cabeça, vindo a morrer no Pronto-Socorro de Cuiabá. Luciane foi encaminhada para atendimento médico também na unidade e seu estado é estável, segundo os médicos. Wilker saiu da residência sem ferimentos.

Segundo ainda o depoimento, o casal estava separado há quatro meses e, há um mês e meio, ele estava namorando Luciane. "Afrânio nunca aceitou a separação", afirmou Wilker.

Afrânio Maia de Almeida era médico ginecologista do Exército. Duas armas dele foram encontradas no local: um revólver calibre 38, utilizado no crime, e uma pistola .380, que foi encontrada dentro da pasta do médico.

Revolta

Segundo o zelador do Condomínio Vilas Boas (na estrada de acesso à fábrica da Ambev, no Ribeirão do Lipa), que preferiu não se identificar, todos os moradores do residencial estão assustados. "Afrânio não morava aqui, no Vilas Boas; apenas Luciane com a filha. Todos estão revoltados com o que aconteceu, a criança era querida por todos aqui", afirmou.

A tragédia aconteceu na madrugada desta quinta-feira (24), na casa 48, no bairro Ribeirão do Lipa, em Cuiabá. Segundo a polícia, Wilker Fernandes de Melo reside no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, e tem passagem pela polícia por formação de quadrilha.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). Wilker prestou depoimento na Delegacia e foi liberado. Luciane continua internada, porém não corre risco de morte.

A pistola .380 encontrada da pasta do médico e o revólver calibre 38, utilizado no crime

MAYARA MICHELS

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