Polícia quer terminais desabastecidos para evitar assaltos


A Polícia Civil já recomendou às empresas que fazem o reabastecimento de caixas-eletrônicos para que não o faça nos fins de semana e vésperas de feriados, nos equipamentos instalados em órgãos públicos. A intenção é evitar que sejam alvos de ladrões especializados em arrombamentos de caixas-eletrônicos. Neste ano, a polícia já contabiliza 26 terminais violados, sendo 18 na Grande Cuiabá e a maioria, em órgãos públicos.

Segundo o diretor de Polícia Metropolitana, delegado Marcos Veloso, essa é uma das estratégias para evitar que a modalidade de crime se alastre. "Sem dinheiro ou mesmo pouco nos caixas, não haverá arrombamento. Nas agências bancárias mesmo, temos pouco casos de caixas violados", frisou.

Do início do mês até agora foram seis caixas arrombados, sendo a maior parte do Banco do Brasil, todos abastecidos na véspera. No feriado de Corpus Christi, os ladrões invadiram a sede da Fiemt na parte da manhã para arrombar o terminal da Caixa Econômica Federal. Dois dias depois, no domingo, o alvo dos bandidos foi o caixa do Banco do Brasil instalado no Ganha Tempo. Na semana passada, o caixa da vez foi o instalado no Detran.

Até agora, a polícia tem pistas de um único caso - o caixa instalado no Supermercado Modelo do CPA II, ocorrido no mês passado. Embora identificados, os ladrões continuam soltos.

No entendimento de policiais da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) que passaram a investigar todos os arrombamentos de caixas-eletrônicos, deixar o caixa vazio é uma forma de evitar novos casos. "Os ladrões esquematizam os arrombamentos, pois sabem se tem dinheiro ou não", observou um policial plantonista.

Outra sugestão dada pela polícia é a colocação de alarmes ligados a telefones celulares em cada caixa-eletrônico. Com isso, em qualquer situação irregular, aparece uma mensagem do celular. "Ficaram de estudar a proposta, mas dificilmente aceitarão. É também uma forma de evitar arrombamentos", informou o delegado Wladimir Fransosi, do GCCO.

Um dos obstáculos encontrados pela polícia é justamente o desinteresse das vítimas, no caso, as instituições financeiras, uma vez que não levam prejuízo, pois o dinheiro dos caixas está no seguro. Mas alguns bancos, como forma de protesto, não consertaram alguns caixas arrombados. É o caso do equipamento instalado na sede da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semma) que está inutilizado há mais de um mês.


ADILSON ROSA
DIÁRIO DE CUIABÁ

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