Morte de menina de 8 anos revolta moradores


Viviane Lima Felissiano, de 8 anos, foi atropelada e morta por uma caminhonete no início da tarde


A morte trágica da menina Viviane Lima Felissiano, de 8 anos, no início da tarde desta quarta-feira (28), causou revolta nos pais e nos moradores do bairro Jardim Ubirajara e do Despraiado, em Cuiabá. Ela foi atropelada por uma caminhonete na MT-010 e morreu na hora. O garoto Gabriel Campos de Santana, de 8 anos, que estava com Viviane Lima, contou como o acidente aconteceu.


"A gente estava indo para a escola e ia atravessar a pista. Daí um caminhão veio bem devagar e o motorista fez sinal com a mão para a gente atravessar. Então a gente atravessou correndo, só que uma caminhonete, que estava atrás do caminhão, veio em alta velocidade e ultrapassou bem na hora. Quando olhei pra trás, não vi a minha amiga. Só fui encontrar ela no meio do mato, morta", afirmou.

Segundo apurou a reportagem, após atropelar a menina o motorista da caminhonete tentou fugir. Mas populares que presenciaram o acidente correram para cima do carro e impediram. Assim que a Polícia Militar chegou no local, o motorista foi preso e, em seguida, encaminhado para a Delegacia de Homicídios e Proteção as Pessoas, para prestar depoimento.

Carmem Cássia Lima de Oliveira, tia de Viviane, mora há 26 anos no local, e contou que já perdeu sobrinhos e tio no local. Uma outra irmã de Viviane, Tânia Almeida Felissiano, hoje com 15 anos, foi atropelada quando tinha 7 anos e ficou paraplégica.

"Os motoristas não respeitam a travessia neste local. Tem escola no inicio da rua, as crianças precisam estudar e eu preciso trabalhar. Eu não posso atravessar com eles todos os dias porque senão eu perco meu emprego e os meus filhos não vão ter o que comer", reclamou Carmem.

Mobilização

De acordo com a presidente do bairro Jd. Ubirajara, Jossideide Da Costa Silva, de 29 anos, que estava no local, a menina não é a primeira criança a morrer no local. "Eu moro aqui há muitos anos e todo mês acontece algo nessa rodovia. Se a pessoa não morre, fica paraplégica", afirmou.

"O que revolta é saber que toda vez que acontece alguma tragédia, vem algum político aqui prometer fazer quebra-mola e semáforo, mas nada acontece. E a situação continua assim, com nossas crianças morrendo", afirmou a presidente do bairro.

Em função da tragédia, os moradores se mobilizaram e não irão liberar a pista até que autoridades se dirijam ao local e iniciem as obras para evitar novos acidentes. "Ninguém foi trabalhar e não vamos sair daqui enquanto não construirem um quebra-mola, um semáforo e uma passarela", afirmou.


"É um absurdo", diz economista

O economista Alex Ortolan, que reside no condomínio Florais e passa todos os dias pelo local, criticou a omissão das autoridades. "É um absurdo uma criança morrer dessa maneira. Ao invés de um redutor de velocidade, que tem no local, deveriam haver dois quebra-molas e um semáforo. À noite, a situação é pior ainda, pois não há iluminação e os motoristas passam a mais de 100 km por hora no local", afirmou.

Midia News

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