Nova vítima de Tenente relata que abusos eram cometidos com conivência de superiores

Uma terceira vítima de tortura e maus tratos cometidos pela tenente do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur de Souza Dechamps, disse em entrevista ao site A Bronca Popular, que Ledur não fazia nada sozinha e tinha a proteção e retaguarda de seus superiores.
"Os afogamentos eram praticas habituais e a Tenente não fazia nada sozinha; ela tinha a proteção e retaguarda de seus superiores”, relata a vítima que prefere não se identificar.
Ainda conforme a vítima, nos quartéis democracia, liberdades, direitos e garantias constitucionais são ficção. “Tenho medo de ser punido, mas vou relatar tudo que presenciei, vivi, e sofri durante os treinamentos. Testemunhei de perto o drama de muitos colegas. Isso precisa acabar”, desabafou.
Decisão do MPE
Na semana passada o Ministério Público Estadual (MPE) pediu a prisão preventiva da tenente do Corpo de Bombeiros Militar, Izadora Ledur de Souza Dechamps e mais cinco militares pela morte do aluno, Rodrigo Patrício Lima Claro.
Além da condenação pela prática do crime de tortura seguida de morte, na denúncia o MPE também requer a perda do cargo público de bombeiro militar de Mato Grosso e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena a ser aplicada para os denunciados: Izadora Ledur de Souza Dechamps, Marcelo Augusto Revéles Carvalho, Thales Emmanuel da Silva Pereira, Diones Nunes Sirqueira, Francisco Alves de Barros e Eneas de Oliveira Xavier
O MPE destaca que os responsáveis pelo treinamento não só ignoraram a situação como utilizaram-se de métodos totalmente reprováveis, tanto pela corporação militar, quanto pela sociedade civil, para “castigar” os alunos do curso que estavam sob sua guarda.
Para o MPE, o desenlace dos fatos, na ordem como ocorreram, desvela o nexo causal das sessões de tortura sofridas por Rodrigo e sua morte. Mesmo que o laudo tenha apontado que a morte foi por hemorragia cerebral de causa natural, "é fato que o intenso sofrimento físico e mental retratado nos “caldos” produzidos por Izadora Ledur levaram a vítima ao seu extremo e ocasionaram seu falecimento, haja vista as condições saudáveis que Rodrigo se encontrava antes de iniciar as atividades naquele trágico dia, bem como os exames obrigatórios apresentados no ato de sua matrícula no CFSD, que demonstram a total aptidão do aluno para a prática das tarefas".
Outra vítima
Em janeiro de 2016, M.S., 27 anos, já havia sido submetido ao mesmo sofrimento físico e mental. M.S desistiu da carreira militar e acredita que poderia ter morrido.
Alunos do 16º Curso de Formação de Soldado Bombeiro do Estado de Mato Grosso, relatam ações abusivas da tenente durante depoimentos prestados ao MPE. “Que nessas ocasiões o depoente sentia-se humilhado especialmente pela tenente Ledur, que nessas oportunidades lhes chamavam de “lixo” e ainda utilizando palavras de baixo calão […] Que nesta ocasião a tenente Ledur observou que o pelotão havia conseguido produzir uma bandeira inacabada e disse que os alunos deveriam “enfiar a bandeira no c....”, disse um dos alunos em depoimento.

Muvuca Popular

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