Corrupção no Gefron leva PM a reestruturar batalhão


O comandante da Polícia Militar, coronel Osmar Lino Farias, anunciou nesta terça-feira (25) que o Grupo Especial de Fronteira (Gefron), grupamento especializado no combate ao tráfico de drogas nos limites entre Brasil e Bolívia, em território mato-grossense, será reestruturado. "Temos o compromisso de retomar o Gefron", afirmou o oficial, em entrevista ao programa Cidade Independente, da Rádio Cidade.

Farias revelou que a força policial, criada em 2003, ao longo dos anos, perdeu parte do seu efetivo, que, segundo ele, foi corrompido pelo poder financeiro dos traficantes de drogas. "Muitos militares que atuaram no Gefron revelaram a prática do desvio de conduta, devido ao poderio financeiro dos traficantes de drogas. Mas, esses militares foram identificados e hoje estão expurgados da Polícia Militar", informou o coronel.

Ele revelou que,e após os novos aprovados no último concurso público tomarem posse na PM, onde foram abertas mil vagas, haverá efetivo para reforçar o Gefron. Farias ainda destacou o empenho dos que continuam no grupo especial. "Mesmo com o efetivo reduzido, o Gefron ainda é referência no combate ao tráfico de drogas na região de fronteira, com mais de 700 quilômetros", destacou.

"Formiguinha"

O militar disse que o foco das ações de combate ao tráfico de drogas, tanto na região de fronteira, como nas maiores cidades do Estado, será voltado para a repreessão ao tráfico "formiguinha", de pequena quantidade.

"Essa é a droga que chega nas escolas. Os bandidos invadem as casas e abastecem as bocas-de-fumos das cidades. Nossos adolescentes estão sendo corroídos pelo tráfico doméstico", avaliou Farias.

Nesse plano de ação, segundo o comandante, a Polícia Militar já mapeou mais de 500 "bocas-de-fumo" no Estado, sendo que 100 estão localizadas na Capital. No interior, o coronel Farias informou que estão sendo feitos levantamentos, mas, em função do número reduzido de militares, serão realizadas operações especiais nessas cidades. "É preciso que a população denuncie essas bocas-de-fumo, pois vamos investigá-las", disse.

Centro Histórico

O coronel Farias declarou ter conhecimento do problema existente na região do Centro Histórico de Cuiabá, especificamente, com relação ao uso e comercialização de drogas.

Esse comércio, segundo ele, geralmente é feito por menores de idade. "Sabemos dos problemas e escolhemos quatro ruas para atuarmos. Estamos incomodando esses marginais", afirmou.

O oficial disse também que, mesmo sabendo que esses menores estão ali para vender e consumir drogas e ainda fazer pequenos furtos, a Polícia Militar não pode prender ou deter algum, sem que o crime seja efetivo.

"Não podemos prender ninguém por uma intenção. E esse problema acaba sendo mais uma questão social do que policial", analisou.

O comandante da PM ressaltou que fecharam uma "boca-de-fumo" que movimentava o tráfico de droga no Centro Histórico de Cuiabá, chamada pelos usuários de "Castelo de Grayskull", numa referência à série de desenho animado He-Man.

Rotam

A Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), que teve sua volta anunciada pela Polícia Militar, segundo informação do coronel Farias, estão em treinamento e estará preparada para atuar em breve. "Em pouco tempo, a Rotam estará com força total fazendo seu trabalho nas ruas", previu o comandante da PM.
Secom-MT

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