Prefeito pode ter montado grupo para explorar crianças


Em um dos casos mais graves de pedofilia em Mato Grosso, a Polícia Civil vai descobrindo novos detalhes envolvendo o prefeito Eduardo Zeferino (PR), de Dom Aquino. Além das cinco vítimas já identificadas pela Polícia Civil, outras 11 crianças também podem ter sido molestadas por ele. De acordo com a polícia, as outras vítimas que podem ter sido vítima de abuso sexual são crianças de 7 a 11 anos que participaram de um projeto social criado pelo prefeito.

Segundo informações de testemunhas, Zeferino formou um grupo, supostamente de assistência social, denominado "Batutinha", do qual podiam participar apenas crianças de até 12 anos.

As mães tinham que liberar os filhos para passear com o prefeito. "Ele acariciava as crianças, pedia para elas acariciar o corpo dele", contou, em entrevista à TV Centro América (Globo/4), a mãe de uma das uma das meninas, que foi molestada quando tinha 8 anos.

De acordo com as informações do delegado que acompanha o caso, Victor Hugo Teixeira, as investigações sobre o crime cometido pelo político ainda estão no início.

"Estamos investigando esse projeto criado por Eduardo Zeferino. Temos a informação de que o crime teria sido praticado, também, antes de ele ser eleito. O grupo de crianças visitava a casa dele para almoçar, lanchar e brincar, além de participar passeios que ele oferecia", contou o delegado.

Ao MidiaNews, o delegado informou que já começou a tomar o depoimento das meninas e dos pais de cada uma delas.

Ameaça de morte

Segundo as informações, o prefeito estaria ameaçando de morte as famílias das vítimas. "Estamos com muito medo. Ele ameaçou a minha família... Tá gerando uma insegurança de sair de casa, de deixar as crianças sozinhas. Temos medo de deparar com alguém que pode nos matar", afirmou uma das mães, que não não identificada por questões de segurança, em entrevista à TVCA.
O prefeito de Dom Aquino deve ser intimado para prestar depoimento ainda nesta semana. Além de se defender das acusações de abuso sexual, ele também vai ter que responder perguntas sobre supostas ameaças, que teriam sido feitas aos pais das crianças.

"Eu sugeri para o procurador-geral de Justiça que peça a prisão preventiva deste prefeito, porque ele tem poder político e tem poder econômico", afirmou o promotor da Infância e da Juventude, José Antonio Borges.

Segundo o delegado Victor Hugo Teixeira, a previsão de conclusão do inquérito é de 30 dias. O prefeito continua trabalhando normalmente na cidade. Segundo o delegado, ele nega todas as acusações.

Outro lado

A reportagem tentou novamente, nesta sexta-feira (30), entrar em contato com Eduardo Zeferino, porém ele não foi localizado.

A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que ele está na cidade, mas não dá expediente na prefeitura.

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