Mulher morre com HIV após meses sendo "diagnosticada" como depressão


Mais uma vitima do descaso na saúde da cidade de Sapezal, cidade que integra o cinturão da alta produção de Mato Grosso. Edite Ferreira da Silva tinha toda vida pela frente – ou pelo menos possibilidade de lutar pela vida - e encontrou, segundo suspeita de familiares, um daqueles médicos que acreditam que só o dinheiro faz a diferença, não mostrando nenhuma comoção com a vida humana. Ela se sentiu mal e foi levada ao posto de saúde na cidade. Começara ai mais um capítulo negro da história da medicina sem comprometimento.

Mesmo sem pedir nenhum exame o médico Benjamim Dequi, diagnosticou que Edite estava com depressão profunda. Dequi, que já se envolvera outras polêmicas, atende pelo Sistema Uico de Saúde, e também tem uma clinica particular na cidade. Ele exerce a profissão há 20 anos como clinico geral.

Alguns dias depois, ainda de acordo com familiares, a paciente Edite Ferreira passou mal novamente e foi levada ao PSF para ser atendida pelo mesmo médico. Na ocasião, adotou o mesmo procedimento e reafirmou que a paciente tinha depressão. Ele pediu que a família tivesse calma e ponderara que a recuperação dela seria lenta. O tempo passou mais um pouco: dias depois Edite voltou a se sentir muito mal.

Já usando “fraudão” por causa da incotinência urinária, retornou ao mesmo médico. Benjamin Dequi insistiu: Edite estava com depressão. “É assim mesmo!” – disse, segundo um dos familiares. Até que ocorreu o pior.

Na ultima segunda feira, dia 29 de novembro, Edite já não andava, não comia e não falava. Às pressas foi internada no hospital de Sapezal e foi atendida por outros dois médicos: eles colhera um hemograma completo da paciente e constatou que o que estava matando Edite era o virus HIV; ela sofria com menigite aguda. Edite Ferreira da Silva morreu no dia 4 ultimo no Hospital das Clinicas em Tangara da Serra.

Edite “foi vítima de um profissional que deveria salvar vidas, mas preferiu o descaso com os menos favorecidos”, segundo um dos seus familiares. “A casa em que Edite morava ficou, além da saudade sua mãe e seu pai já aposentado e dois sobrinhos especiais que contavam com a tia. “Resolvi contar esta história e peço que se divulgue a todos os moradores de Sapezal e do Brasil” – revela o familiar, indignado. O caso está sendo investigado pela Promotoria Municipal e pelo Ministério Público. “Queremos justiça! Sabemos que não vamos trazer Edite de volta, mas talvez assim conseiguiremos salvar outros pacientes de serem vítimas”.

Esta não é a primeira vez que o nome do médico Benjamin Dequi aparece em polêmica. Em 2007, um anestesista sofreu ameaças e teve que fugir após denunciar ¨genocídio¨ no Hospital Renato Sucupira, instituição conveniada ao SUS e administrada pela Associação Missionária de Beneficência, da qual pó médico era diretor. José Barbosa de Souza Júnior levou o caso ao Ministério Público Estadual acusando o profissional de procedimentos incomuns para a medicina.





Fonte: 24 Horas News

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