COMPORTAMENTO SUICIDA: CONHECER PARA PREVENIR

Orientações sobre como abordar o suicídio na imprensa. Preservando o direito à informação e colaborando para a prevenção

No dia 10 de setembro, comemora-se o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, que este ano terá como tema "Muitas faces, muitos lugares, prevenção do suicídio ao redor do mundo" (Many faces, many places: suicide prevention across the world), escolhido pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial da Saúde.

O suicídio é um problema de saúde pública, já que, segundo estimativas, a cada 35 segundos, uma pessoa morra por ato suicida em todo o mundo. Para cada um desses óbitos, há no mínimo cinco pessoas cujas vidas são profundamente afetadas emocional, social e economicamente. No Brasil, diariamente, uma pessoa a cada hora comete suicídio.

Dada a relevância do tema, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) adotou em 2010 o tema suicídio como viés central de suas ações. Além de eventos em várias regiões do país, por meio do programa ABP Comunidade, a campanha “Comportamento suicida: conhecer para prevenir” conta com um manual destinado à população sobre cuidados em relação ao ato suicida e saúde mental em geral.

As iniciativas da campanha também contemplam a imprensa com uma manual de boas práticas para jornalistas em relação ao tema. Por ser um assunto delicado, a mídia, muitas vezes, opta por não abordar a temática. De fato, falar sobre o comportamento suicida exige uma série de cuidados. Contudo, a ABP acredita que a solução não está em deixar de falar sobre o tema. Ao contrário: apenas com o devido conhecimento é possível prevenir o suicídio.

“Levantamentos apontam que as tentativas de suicídio superam o número de efetivos atos suicidas em pelo menos dez vezes. Em 2004, 1,4% do total da carga global ocasionada por doenças foram relativas a tentativas de suicídio”, aponta Neury Botega, coordenador da Comissão de Prevenção de Suicídio da ABP.

Ainda de acordo com o psiquiatra, em 2020, esse número deverá chegar aos 2,4%, acompanhando a previsão de crescimento da incidência dos transtornos mentais.

Outro fator fundamental é compreender a maneira como o ato suicida está associado aos transtornos mentais. “Entre os gravemente deprimidos, ao menos 15% cometem suicídio”, explica Botega.

O especialista aponta ainda, que o consumo de álcool e drogas pode estar relacionado ao ato, já que em quase 23% dos casos a pessoa estava alcoolizada ou sob efeito de outras substâncias.

Defendendo que conhecer é a melhor maneira de prevenir e retratar o assunto, a ABP espera colaborar para, com o apoio da sociedade, melhorar a qualidade de vida por meio dos cuidados com a saúde mental.


Fonte: www.jornalbrasil.com.br/Assessoria

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