Secretário deve investigar se mortos na Bolívia pertenciam a quadrilha

Kelly Martins Do G1 MT
O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp), Diógenes Curado, disse em entrevista ao G1 que deverá abrir investigação para saber se os dois jovens brasileiros queimados vivos na Bolívia são integrantes de alguma quadrilha de roubo de motos no estado. Isso porque, de acordo com a Polícia Federal, Rafael Marques de Moraes, de 27 anos, e Jefferson de Lima, de 22, teriam ido até San Matías para vender uma motocicleta a três bolivianos, que acabaram sendo mortos pelos jovens brasileiros por conta de um desentendimento na hora do pagamento. “Vamos tentar apurar a relação deles com a Bolívia e se os jovens eram integrantes de alguma quadrilha, já que estamos na região de fronteira e o estado concentra um alto índice no número de motos roubadas no estado e levadas para o território boliviano”, frisou o secretário.
Por outro lado, o secretário reforça que ainda não há nenhuma informação precisa sobre a atuação dos jovens no país vizinho, apesar de terem passagens por crimes como tráfico de drogas. Rafael Marques e Jefferson de Lima eram padrasto e enteado, respectivamente. Os familiares deles moram em Várzea Grande, região metropolitana da capital. Ainda segundo a Secretaria, os corpos dos dois suspeitos mortos queimados foram desenterrados em um cemitério de San Matías, na Bolívia, por uma equipe do Grupo Especializado de Fronteira (Gefron) nesta quinta-feira, e devem ser levados ainda nesta quinta-feira para a capital. Os corpos devem ser encaminhados primeiro para o Instituto Médico Legal (IML) e, depois, devem ser entregues às famílias, de acordo com a Sesp. O caso Jefferson e Rafael foram queimados vivos por populares em protesto contra o assassinato de três bolivianos, no último final de semana. Eles tentaram fugir, mas foram capturados pela polícia boliviana na terça-feira, mesmo dia em que a multidão invadiu a delegacia onde encontravam-se detidos. Conforme a imprensa da Bolívia, os cerca de 300 manifestantes colocaram os brasileiros em um veículo, jogaram álcool e atearam fogo.
Na segunda-feira (13), conforme a Polícia Federal, os jovens venderam uma motocicleta para os bolivianos e houve um desentendimento na hora do pagamento. Durante o desentendimento, os brasileiros teriam matado os bolivianos a tiros. Jefferson tinha deixado a prisão no início deste mês por tráfico de entorpecente, como consta no processo em tramitação na Vara Única Criminal de Cuiabá. Ele foi preso em janeiro deste ano e cumpriu pena em regime fechado na cadeia pública de Tangará da Serra. Justiça As famílias cobram justiça e aguardam para velar e sepultar os corpos dos jovens. A mãe de Jefferson, Maria Raimunda Coelho, defende que o caso seja investigado. "Tem que ter uma investigação para saber o que aconteceu realmente porque até agora só sabemos pela televisão", disse. Ela contou que sabia dos crimes cometidos pelo filho no Brasil, mas alegou que ele já tinha cumprido pena e pago pelos erros que cometeu. Para a família, eles disseram que iriam trabalhar em uma fazenda na Bolívia.

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