Governador diz que foi informado sobre trama de Riva para culpar deputados

José Riva
O governador Pedro Taques (PSDB) confirmou que foi procurado pelo deputado Mauro Savi (PSB) que lhe informou sobre o suposto plano arquitetado pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva para simular um atentado contra si para incriminar, além de Savi, os  também deputados Guilherme Maluf (PSDB), Gilmar Fabris (PSD) e o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), autorizando inclusive a matar seu motorista.
A informação está na delação premiada de Toninho Barbosa firmada na Procuradoria Geral da República (PGR). “Eu fui procurado pelo deputado Mauro Savi, isso é fato. Imediatamente chamei o secretário de Segurança (Rogers Jarbas) e está tudo documentado. O secretário de Segurança vai mostrar para vocês todos os documentos”, afirmou na manhã desta quarta-feira (30).
Toninho Barbosa disse em depoimento que em maio deste ano recebeu mensagens de um interlocutor pelo aplicativo WhatsApp que encaminhou para ele alguns prints de conversas com uma pessoa chamada de “Markim” e um terceiro não identificado. A conversa capturada em imagens tratava sobre a ordem de “passar fogo” em algum sujeito.
O mesmo remetente entrou em contato questionando se Antônio havia conseguido “levantar alguma coisa” sobre a informação recebida. Relatou que “ele (Riva) contratou um serviço e quis dar um tombo, e aí deu um rolo, e aí a turma sai fora, porém, pode ser que ele contrate outros desconhecidos”, referindo-se supostamente a Riva.
Essa pessoa falava, ainda, que havia recebido uma encomenda para “simular um atentado contra o senhor José Riva, ex-deputado estadual, e que teria sido contratada pelo próprio José Riva”.
“Que essa mesma pessoa narrou a Savi, ainda, que Riva teria dito que, se fosse preciso, era para matar o motorista e jogar a culpa nas pessoas do declarante (Antônio), Silval, Savi, Maluf e Fabris”, diz trecho da delação do irmão do ex-governador.
O interlocutor teria mantido o seguinte dialogo com Riva:
Riva - “Preciso conversar com todos vocês”. 
Interlocutor – “Conversar o que Riva”
Riva: Precisamos conversar sobre o ex-governador e seu irmão e o Mauro e preciso antes dele sair da cadeia”.
O interlocutor questiona: “É sobre aquele assunto”. “Perfeitamente estamos aguardando ao seu sim”
Conforme a delação, a conversa entre o suposto Riva e o anônimo seguiu ajustando que um chamado “Ricardinho” estaria pronto para atuar.
Interlocutor – “Estou aguardando, temos armas curtas de calibre 380 e ponto 40”
Riva -  “Já conversei com o promotor e está tudo acertado”
Interlocutor – “Fechado”
O interlocutor ainda teria perguntado se era “pra sentar chumbo nele”, se referindo ao irmão do ex-governador , acrescentando que tinha uma relação de todos os lugares que ele e a família frequentavam.
Em resposta, Riva teria dito que “se ele desconfiar acerta ele se não depois será mais dificil". Em seguida, teria dito que o mesmo valia pra o “Mauro”, ou seja, provavelmente se referindo ao deputado Mauro Savi.
Por meio de nota, o advogado de José Riva, Rodrigo Mudrovisch, negou as acusações e que o ex-deputado nunca procurou pessoas para atentar contra vida de ninguém.
Veja a nota da defesa de Riva
Em virtude da matéria jornalística veiculada pela mídia local acerca de eventuais ilicitudes praticadas contra a vida de terceiros, a defesa de José Riva vem a público esclarecer que a integralidade de todas as conversas mantidas por meio do aplicativo Whatsapp, notadamente daquelas em que lhe foram oferecidos serviços escusos e ilegais, foram entregues em tempo real às autoridades e são objeto de investigação sigilosa por parte do Ministério Público de Mato Grosso. De toda sorte, em benéfico da ênfase, esclarece que jamais manteve qualquer tipo de contato com terceiros que envolvesse a integridade física ou moral de qualquer pessoa, nem mesmo através de ação controlada pelos órgãos investigativos do Estado do Mato Grosso".

Rodrigo Mudrovisch, advogado de defesa de José Riva 

Fonte: O Documento


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