Mãe afirma que médico matou a filha e se suicidou


Em depoimento na manhã desta quinta-feira (1º), na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a fisioterapeuta Liciene Ferrassoni, 28, afirmou que o médico Afrânio Maia de Almeida foi o autor do disparo que matou a própria filha, Maria Clara, 6, no último dia 24, no Condomínio Vilas Boas, no bairro Ribeirão do Lipa, em Cuiabá.

Segundo o delegado Antonio Esperândio, responsável pelas investigações, o depoimento de Liciene foi semelhante ao de Wilker Patrik Fernandes de Melo, seu atual namorado.

"Liciene disse que o médico atirou na filha e, depois, cometeu suicidio", afirmou o delegado. Segundo ele, para concluir o laudo pericial, faltam os depoimentos de algumas pessoas, que são consideradas "secundárias". Também está pendente o resultado da perícia feita na residência onde ocorreu a tragédia.

Na terça-feira (29), três pessoas foram ouvidas pela Polícia Civil, entre elas, Wilker de Melo, que já havia prestado depoimento no dia da tragédia. Ele estava com a mulher, no momento do crime, e contou que Afrânio atirou em Liciane e na filha e, em seguida, se matou com um tiro no rosto.

Além dele, o irmão de Afrânio, o dentista Roberto Maia Almeida, e um porteiro do Condomínio Vilas Boas, também estiveram na DHPP. O pai de Liciene, Osvaldo Ferrassoni, funcionários do condomínio e outros familiares também prestaram depoimento.

"O depoimento de Wilker de Melo em nada difere do que ele deu no dia 24. Já o irmão de Afrânio informou que as duas armas eram do médico. E, com o porteiro, confirmei que Afrânio não tinha restrições para entrar ou sair do condomínio", disse o delegado Esperândio.

Homicídio

Nesta semana, a família de Afrânio admitiu ao MidiaNews a hipótese de o médico ter sido assassinado. "Não sabemos o que de fato aconteceu. Estamos perdidos e aguardando as investigações. Esperamos novas perícias, mas, além de suicídio, admitimos a hipótese de ter ocorrido homicídio", afirmou o advogado Belmiro Maia de Almeida Júnior, irmão de Afrânio, que morreu aos 33 anos.

Segundo ele, o irmão, que morava com a mãe, nunca teve comportamento violento. "Ele vivia para trabalhar e oferecer todas as condições de educação, saúde e conforto para a filha. Ele tinha cinco, seis empregos e queria se aposentar cedo. Por isso, trabalhava dia e noite e sempre priorizou a filha em tudo o que fazia", afirmou Belmiro.

Entenda o caso

De acordo com a Polícia Civil, Afrânio, que estava separado de Liciane há um ano, chegou na residência da namorada por volta das 2h da madrugada do último dia 24. Ele entrou no quarto da filha, que estava dormindo, e atirou na cabeça da criança. Ela não resistiu e morreu na hora. Liciene foi para cima da filha, tentando protegê-la e foi atingida com dois tiros na perna.

Depois, o médico atirou em sua própria cabeça, vindo a morrer no Pronto-Socorro de Cuiabá. Liciane foi encaminhada para atendimento médico. Ele teve alta na segunda-feira (28). Wilker saiu da residência sem ferimentos.



MAYARA MICHELS-MidiaNews

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