Operação na fronteira detém ônibus com 31; a bordo "farinha de puba"


Uma das maiores barrigadas foi registrada na quinta-feira na região da fronteira em Cáceres, a 210 quilômetros de Cuiabá. A área que está sendo policiada por agentes federais e tropa das Forças Armadas, cães farejadores, além do emprego de armas equipadas com infra-vermelho, protagonizaram um dos maiores fiasco do meio policial, ao efetuarem a revista a um ônibus que faz linha entre Porto Velho (RO) a São Luiz de Montes Belos (GO). Os policiais localizaram dois pacotes de farinha de puba, uma iguaria muito apreciada nos estados amazônicos, acreditando tratar-se de pasta base.

Os patrulheiros encaminharam todos os 31 passageiros até a sede da PF de Cáceres, aonde após enfadonhos interrogatórios, descobriu-se que se tratava de um comestível. O caso não ateve apenas a falsa apreensão, mas as informações incorreram ainda num erro geográfico: trocaram de estado confundindo a cidade goiana São Luiz de Montes Belos, que fica a margem da GO-060, com a capital do Maranhão.

O que mais causou estranheza é que boa parte da tropa envolvida na “Operação Cadeado VI” ostenta treinamentos em conceituadas organizações policiais como o Mossad, a temida Polícia Secreta de Israel e o órgão norte-americano Drug Enforcement Administracion o mundialmente conhecido “DEA”.

Essa não é, contudo, a primeira vez que homens empregados em operações na fronteira cometem esse tipo de falha: há dois anos, um coronel de artilharia, deslocado desde povoado de Coxim (MS), município pouco maior que o distrito do Caramujo, chegou a Cáceres e ao receber uma denuncia que havia um intenso trafico de drogas na cidade de Rio Branco, perto da fronteira com a Bolívia, deslocou mais de 200 homens com tanques, carros , blindados e helicópteros equipados com radares.

O alarido promovido pelo oficial comandante, na época, foi tamanho que até hoje tem cortador de cana da Cooperativa de Rio Branco (Cooperb) que despareceu mundo afora e não voltou sequer para receber os salários, acreditando que seria o esperado Armagedon. Moral da história, na pacata “currutela” de Rio Branco , o coronel de Coxim e seus homens, encontraram apenas 4 trouxinhas de “crack”, um papagaio e um conhecido viciado que atendia pelo apelido de “Mondragão”.

Na ocasião do deslocamento de tropa previa que um enorme laboratório seria descoberto. Afora isso, Rio Branco somente entrou na grande mídia, depois que veio a furo a tentativa de compra de votos pelo prefeito Antonio Milanezze (PT) em troca de dentadura para eleitora Adriane Ignacio. Tramita na Câmara daquele remoto povoado um projeto para homenagear o coronel de Coxim, visto que depois do susto nos moradores, aos poucos eles ressabiados foram voltando para suas casas e até posaram para fotos junto aos carros de combates, tanques e helicópteros, o povo dali só conhecia essas “coisas” através de revistas ou filmes.




João Arruda
de Cáceres

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